Brasil, por tudo!

Você ainda sabe o que é ser nacionalista?

El Derecho Al Delirio

Uma mensagem de Eduardo Galeano. Assista!

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domingo, 7 de dezembro de 2014

A hipocrisia fala alto

(Víctor Lemes)


Vivemos num mundo hipócrita, o que faz de você um hipócrita também. Há um sistema muito bem feito que te controla, e que te dá falsas liberdades para que você as compre e sinta-se diferente. Mas, no fim, você é o mesmo que o vizinho. Sua grama é a mesma que a dele, seus sonhos são os mesmos que os dele. Você diz se importar com os outros, mas quer dividir o país em dois lados. Você diz amar os animais, mas vai à churrascaria aos domingos. Você diz que futebol é coisa pra alienados, mas assiste à fórmula 1 nas manhãs de sábado e domingo. Você reclama dos serviços públicos de saúde, enquanto continuando se alimentando e ingerindo coisas tóxicas no seu organismo. Você diz ser o maior revolucionário, e morre de medo de cortar o cabelo diferente. Você mete o pau na ignorância do pobre, enquanto assiste as novelas da TV. Você se acha o maior entendedor das matérias escolares, mas não sabe o porquê da própria existência. Você diz economizar água nos banhos, enquanto enche o prato de carne. Você se diz amigo do meio ambiente, e continua jogando lixo reciclável no lixo orgânico. A hipocrisia é uma máscara muito bem criada pelos criadores e mantenedores deste sistema atrasado, sujo, e desgraçado. Onde o que importa mais é o controle, seja da Natureza, das criaturas, das regras. A hipocrisia nasce do julgamento. No momento que seguir o que meu Mestre nos ensinou, o de não julgar, mesmo que acredite que esteja certo, só então essas máscaras hão de cair. Não precisará mais delas; um ancião judeu há muito disse: cada pessoa é um mundo diferente, deixe que cada uma cuide do seu poço. Quem sou eu para aprovar alguém em algo? Quem sou eu para dizer que isto ou aquilo está errado? Quem sou eu para assumir que eu sei de tudo? Quem sou eu para ser tão ignorante assim? Por certo, sou um humano. Enquanto deus, sou diferente. O mundo precisa, e quando digo "mundo" me refiro ao seu "dia a dia", de deuses. Um deus que segue os sussurros de Ab-bã, o de não-julgamento, o de amor a todos, sem distinções... O amor que não vê cor, raça, espécie, pois todas elas não passam de palavras, criações humanas, de línguas puramente humanas. Pergunto-me uma vez mais se há outros como nós por perto? Pergunto-me pois, se se perguntam também sobre essas coisas? Se usam suas massas cinzentas para reflexões extraterrenas? Se já despertaram para a vida Eterna, ou se preferem acreditar que o purgatório as esperam num julgamento hipotético final? Quantos de vocês se viram neste texto? Quantos de vocês não vão apenas curti-lo e compartilhá-lo? Quantos de vocês vão julgar-me os argumentos? Quantos de vocês vão perder "tempo" lendo-o até aqui? Quantos de vocês vão, de fato, entender o real motivo de existirmos? Quantos de vocês, se perderão no labirinto do Amor por pura e espontânea vontade? Quantos...

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Tendo amado apenas uma vez

(Víctor Lemes)

Tem uma música de Raul Seixas no qual ele afirma que ninguém é feliz na vida, tendo amado apenas uma vez. Acontece que eu não sou fã de Raul, se conheço umas três músicas dele e sei cantar o refrão de uma delas já é muito. Não tenho uma longa experiência de vida, tenho só vinte e cinco anos, mas desse pouco tempo nesta vida, já vi tanta coisa, e já descobri tantas outras, que me dão a vontade de hoje eternizar virtualmente uma parte da minha verdade. Verdade essa que não é absoluta, mas sendo minha verdade, rege minha vida e para mim, é "a" verdade. (Muito embora, as verdades caem por terra de tempos em tempos, como o Mestre me pedia sempre: "Desaprende, mal'ak!").

Como um bom geminiano, já me apaixonei diversas vezes, e sempre por pessoas que não davam a mínima para minha existência. Desde muito jovem, via os irmãos mais velhos dos meus amigos namorando, e me imaginava com alguém... Lembro de desde muito jovem escrever cartas para dizer que gostava da Heloísa da 1ª série. Mesmo sabendo do provável "não", eu escrevia, pois minha mãe sempre me incentivou a isso. Ela dizia que se você gosta de alguém, a pessoa precisa saber disso. E por todos esses anos, eu me propus a isso. Mais tarde, ao ouvir Coldplay, você percebe que essa ideia de contar não é só da minha mãe, é uma intuição dos mais sensíveis; Chris Martin, vocalista da banda, canta em uma das músicas: "if you love me, why won't you let me know?" (se você me ama, por que não me conta?, em tradução livre).

Contudo, uma coisa que aprendi com o Galileu, o qual hoje sinto saudade, é que o amor com maiúscula não se escolhe. Não é como Raul pensava, o Amor é mais do que contar quantas vezes você gostou de alguém; Ele apenas é. No momento que nascemos, e tudo que fazemos se torna uma via para que o Amor se propague. Cheguei a mesma conclusão que Renato Russo, anos atrás, de que se o amor é verdadeiro não existe sofrimento. O Amor não é o oposto do ódio, porque se assim fosse é como dizer que no Amor falta algo, como se o Amor fosse apenas parte da perfeição. E não é assim; o Amor é o ódio também. Nele estão todas as coisas, pois Ele é como uma energia que criou tudo. E tudo com um propósito, que posso não entender agora nesta vida ínfima que levo na quarta dimensão, mas que sobretudo devo acreditar que há um porquê maior. Devo porque o Mestre sempre me pediu isso: "Confia, mal'ak!", confia que o Pai não erra.

Vejo casais de namorados que postam fotos juntos aqui e acolá, e nas legendas escrevem coisas como "5 meses juntos!", e me pergunto: por que valorizar tanto o tempo que estão juntos? O número de meses ou anos vai interferir na quantidade de amor que um tem para o outro? É como se apostassem qual casal fica por mais tempo juntos, mas "juntos" não é sinônimo perfeito de "unidos". Eu posso olhar para uma criança hoje, e sinto que meu coração e meu corpo todo se movimenta mais feliz para com ela, porque naquele momento, o Amor se dá por meu intermédio. Namorar hoje em dia, aliás, como sempre foi, nada mais é do que ter alguém ao seu lado, que lhe beije na boca, que durma com você, que passeie juntos. Quão triste deve ser a vida de alguém se for fazer apenas isso! Entendo o namoro como outra coisa, mais simples: namorar é como ser a raposa amiga do príncipe, se tornar eternamente responsável pelo elo que criou com a pessoa que está ao seu lado; e não apenas isso, para que um namoro dure, uma relação dure, é preciso ter conversas! E não do tipo em que eu falo, e o outro apenas concorda... pois isso não é diálogo, é monólogo. E de monólogos, muitos casamentos chegaram ao fim.

Para que haja uma parceria duradoura, o que eu na minha humilde opinião penso, é preciso que um aprenda com o outro. Porque nós viemos para cá para aprender, e quando compartilhamos o saber, o resultado é muito gratificante. Creio eu que namorar é isso: aprender e desaprender com o outro, e se abraçar... Gosto como Khalil Gibran dizia, que os enamorados ao se abraçarem não estão abraçando um a outro, mas sim, o Amor que está entre um corpo e outro. É exatamente isso. É exatamente isso... Ainda não encontrei alguém assim, e podem me julgar a vontade, mas de uma coisa eu sei: graças a tudo que li, ouvi, e vivi, hoje eu sei o que é Amar...

Dedicado ao Micael de Nébadon, que tive a oportunidade de conhecer. E que hoje bate essa saudade.

domingo, 18 de maio de 2014

Desaprende!

(Víctor Lemes)

No passado, eles atacaram e assassinaram muitos artistas; agora, estão mirando suas armas para outros que, da mesma forma, têm inspirado poucos a iniciar uma verdadeira revolução. Aqueles que fazem esse papel serão eliminados não importa quem sejam. Eles pensam que nos conhecem apenas pelo fato de ter-nos injetado seu DNA através dos séculos, e tem modificado nossas vidas para algo que somente eles particularmente apreciam. Contudo, eles não têm idéia alguma sobre quem nós realmente somos. A verdadeira revolução não começará aqui. A verdadeira revolução começou em outros planos. À propósito, sua própria revolução está prestes a começar agora.

O fato está bem à nossa frente: tanto nós quanto eles não temos idéia alguma do que realmente nos espera quando atravessarmos os limites dessa vida. Portanto, eles tem nos moldado para que cabessemos nessas caixas as quais chamamos de “nossas próprias vidas”, que aliás nunca serão nossas próprias verdadeiramente. Preferiria chamá-las de “sistema”. O que é um sistema? E para que serve um? Para controlar informações. Cada um de nós é uma informação. Pense nisso nestes minutos seguintes.

Que verdade nos foi contada? Pense nas coisas simples, tais como as que chamo “de sete”. Há sete pecados capitais; sete maravilhas do mundo; sete notas musicais; sete universos; sete anões; sete cores do arco-íris; sete continentes; etc. Agora, me diga: se você acredita em um Deus ou em algo maior lá fora que criou, por alguma razão aleatória, todo nosso universo e nossas vidas, e ainda assim é infinito, por que haveria de ter apenas sete cores? Ou sete notas musicais? Sério, qual é a lógica de ter que criar um limite para coisas que originalmente são ilimitadas? Por que o ser humano se importa tanto em contar coisas que são essencialmente incontáveis? Quanto desperdício de energia; não de tempo, por certo.

Já discuti algumas vezes sobre a importância (ou não) de uma língua. Não deveria haver em nós a necessidade de falar uma língua, porque éramos capazes de dizer o que pensávamos literalmente. No entanto, se eles nos ensinaram como falar com um grupo limitado de palavras a fim de nos comunicarmos, muitas coisas que gostaríamos de falar sobre, e não estivessem inseridas naquele grupo seriam impossíveis de falar. Se quiser manter seus pensamentos apenas dentro da sua mente, ensine o ser humano a se comunicar usando a cabeça e não o coração. Como um professor de português e inglês, e estudante de japonês e espanhol, poderia lhe garantir que há sentimentos que podemos expressar em português, todavia, seria quase impossível traduzi-lo para o inglês. E vice-versa. Resumindo, a língua se tornou outro sistema que tem como seu único objetivo limitar o falante, fazendo assim com que este pense de maneira limitada. Sua mente presa numa gaiola.

Outro grande paradigma que pediram para que aceitássemos e seguíssemos todos esses anos é o que chamo de “dualidade”. Há o bom e o mau; o negro e o branco; sim e não; tudo e nada; homem e mulher; macho e fêmea; heterossexual e gay; dia e noite; paraíso e inferno; etc. Quem poderia afirmar que certo filme é bom enquanto temos outra pessoa que afirma justamente o oposto? Quem está certo ou errado? Respondo-lhe: ninguém. Visto que não há nada diferente na vida. Quando algo é perfeito, assim o é, pois, conciliou ter a mesma quantidade de ambos os “lados”. Quando nascemos, o médico ou enfermeira avisou nossas mães que éramos um “menino” ou uma “menina”... e seguindo esse paradigma, se sou um garoto, estou “condenado” a amar apenas meninas, a ter um emprego, começar uma família, comprar um carro novo, ser interessado em automóveis e futebol, etc. Se sou uma menina, estou “condenada” a amar somente meninos, cuidar da casa, do marido, ter bebês, preferencialmente não trabalhar fora, assistir a novelas e filmes nacionais, etc. E, sobretudo, ser um menino ou menina heterossexual é bom. Um menino gay ou uma menina lésbica não é. Ponto-final. Vamos limitar, uma vez mais, nossas mentes já tão limitadas. A imagem de um homem sendo o forte, e da mulher a fraca, é tão idiota que eu absolutamente ignoro pessoas que tem este tipo de mentalidade.

Não apenas acredito, eu sei (!) que temos um potencial de energia ilimitado para fazermos qualquer coisa que eles tem-nos dito ser impossível de fazer. Há muitas pessoas que tem despertado suas mentes para a realidade. Sou uma de muitas delas. E estou lhe convidando a ir para linha da frente, e fazer alguma coisa incrível, “impossível”, quebrar os paradigmas da sua própria comunidade, pensar diferente, não permita que eles o rotulem como algo genérico: você é um indivíduo que é único e que, ao mesmo tempo, faz parte de cada pequena coisa que existe ( e que ainda nem existe!) nessa jornada infinita. Lhe convido a acordar desse sonho. Lhe convido a fechar os olhos e abrir-se para todo o universo. Você é capaz. Você é belo. Você é poderoso. Você é ilimitado.

Pegue minha mão. Siga-me. Melhor ainda, siga-nos. Pela vida!

sexta-feira, 21 de março de 2014

Não há nenhum começo, e nem há nenhum fim.

(Este texto é dedicado a Osho, ser este que após Jesus de Nazaré e Sócrates me abriu mais uma porta da imortalidade.)

Você verá que tudo dá na mesma
(Víctor Lemes)
Tive a oportunidade de debater com meus alunos um assunto que muita gente se pergunta, muita gente ficou na dúvida, mas ninguém nunca fez nada: a importância do que se aprende nas escolas. É um assunto repetitivo, pois com certeza você já parou para pensar sobre isso, e já discutiu o assunto com seus colegas e professores, diretores e pais... mas nunca, ninguém, lhe trouxe uma resposta lógica. Por que há a necessidade de aprendermos sobre logaritmos? Quando eu vou usar logaritmos na minha vida cotidiana? Para que saber que há citoplasma nas células? Quando eu vou pensar no citoplasma diariamente? Para que tenho que saber o que são orações coordenadas? Vou pensar nelas antes de falar alguma coisa para alguém? Para que perdermos tanto tempo trancafiados em escolas e universidades quando estas não nos ensinam pouca coisa útil? Aliás, escolas não nos fazem perguntas. Nos Jogam apenas afirmações e verdades.

É bem verdade que Sócrates nunca foi um professor. Tampouco se considerava um filósofo... e não acreditava quando lhe diziam que era o homem mais sábio de toda a Grécia. Sócrates reunia-se com pessoas de todas as idades, em lugares públicos da pólis, a fim de questionar-se e questionar os outros sobre a vida. E uma vez questionado, Sócrates não respondia completamente; ele respondia com outra pergunta, e ao final da tarde, nunca tinha as respostas para suas perguntas... dessa forma, Sócrates educava seus seguidores. Veja bem, eu disse “seguidores”, não “alunos”.

Por sincronia do Universo (pois “coincidências” não existem), Jesus de Nazaré nunca teve apóstolos, teve seguidores. Ele nunca indagou Judas ou André se queriam ser seus apóstolos. Ele simplesmente chegou a Tomé, enquanto este arrumava sua bolsa de viagem, em frente a sua casa, e disse: “Segue-me!”, nada mais. Nunca pediu nem sequer mandou qualquer pessoa fazer o que ele quisesse... até porque nada do que fazia era de sua vontade; segundo ele, fazia a vontade do Pai.

O que há de semelhante entre Jesus e Sócrates, também Osho traz consigo quando diz: “Continue fazendo apenas as coisas que você realmente gosta de fazer. Se você não gosta, pare. Ache qualquer outra coisa de que goste.” Quando os gregos da pólis iam à praça para ouvir Sócrates, eles não eram obrigados a ficar lá; se chegassem a ouvir algo que discordassem bastava-se dar meia-volta e ir embora. O mesmo acontecia em Caná, quando Jesus ensinava a desaprender; muitos iam embora, pois não entendiam ou não concordavam. Nem Sócrates, nem Jesus, forçavam alguém a ficar. Osho mesmo conta que na escola quando estava em uma aula de matemática, levantou-se para sair da sala; seu professor, muito sério, perguntou o porquê de tamanha falta de respeito, e Osho respondeu: “Não gosto disso. Isto é uma tortura. Vou fazer algo de que eu goste.” Jesus fez o mesmo nos seus 18 anos: ele não queria ir às sinagogas e aprender as escrituras mentirosas, ele não gostava delas. Discutiu com Maria e saiu de casa, rumo às suas viagens para conhecer outras culturas... onde aprendeu grego (koiné), os segredos da Cabala, entre outras coisas. Por que forçar uma criança a aprender algo de que não gosta? Por que o existir dessas escolas?

Há sim um porquê. A idéia de escola como se tem hoje, se assemelha incrivelmente a uma indústria: tem-se um prédio grande, murado em todos limites; tem-se salas com inúmeras carteiras, comportando 40 a 50 alunos por sala, enfileirados um atrás do outro; há o sinal que toca para avisar os intervalos; há o diretor autoritário, e as advertências. As carteiras enfileiradas em salas cheias de alunos estudando, assemelha-se com um galpão de indústria, cujas carteiras são as máquinas, e cada aluno opera a sua; quando bate o sinal, é hora do intervalo, é hora de comer, é hora de almoçar; você não conhece o seu chefe, mas quando foge de seu controle, o que conhece bem são suas advertências. Estamos criando literalmente pequenos robôs em nossas escolas. Nossas crianças não pensam mais, porque não lhes ensinam a pensar. Não há necessidade disso. Uma pessoa que “pensa por si mesmo é livre”, cantava Renato Russo, “e ser livre é coisa muito séria”.

Estamos vivendo num jogo, onde a escola é o lugar no qual se aprende as regras. As regras de lá são simples: faça o que eu mando, logo, você terá seu diploma e será alguém; Quando for alguém, você terá que se matricular em universidades, e tentar pegar outro diploma, e ser um alguém melhor; daí poderá casar-se, formar família, ser muito feliz... porém, para tanto, haverá a necessidade de trabalhar para, afinal, trazer algum sustento para casa. Então trabalhe muito, e sempre queira mais... nós cuidaremos de você e de sua vida. Fique tranqüilo. Segundo Osho, até os 12 anos as crianças são mais fáceis de ser condicionadas a aceitar as coisas. Por isso, o ímpeto das sociedades em pô-las em escolas e catequeses desde cedo. Quanto antes você hipnotizá-las, melhor. Se deixar para depois dos 13 ou 14, já é tarde demais. Curiosamente, Aldous Huxley sabia dessa informação, e previu nosso futuro quando criaremos crianças em laboratórios, e enquanto crescem, utilizaremos a hipnopedia para condicioná-las a ser inferiores ou superiores umas as outras. As escolas são a base para uma sociedade culta.

Digo mais: as escolas são as chaves mantenedoras desse sistema enorme, porém falho. Quando nos injetam esse vírus de “querer ser alguém na vida”, isto faz com que se criem, por nosso intermédio, três coisas fundamentais para o sistema: a noção de tempo, a noção de diferença, e, conseqüentemente, a noção de morte. Desses três elementos, nenhum é real. Todos são ilusões, hologramas, para que você se sinta mais feliz. Para que você sinta a felicidade, mas não a seja.

A primeira noção, a do tempo, vem de uma coisa chamada por Osho de “ambição”. E ele a define muito bem: quando se tem ambição, se faz necessário tempo. Sem o tempo à frente, você não conseguirá alcançar o que almeja, e rápido. Eis o porquê de todo o sistema fazer você competir, correr. Você precisa ser uma pessoa ambiciosa, precisa sempre ter mais! Quanto mais, melhor! Quanto mais você e o mundo quiser, mais o tempo se fará necessário, e por conseguinte, se materializará na sua realidade. De que serve toda essa pressa? Para onde te levará esses seus sonhos de ser alguém? Quando chegar a ser esse alguém, o mundo lhe trará outra possibilidade maior, e de lá sai você em busca desse novo alguém, custe o que custar.

Não compre essa mentira de que o tempo existe... o tempo não é uma linha material, no qual você pode visitar o início e alterá-lo como bem entender; ou mesmo ir para frente. O tempo nada mais é outro espaço. A diferença entre tempo e espaço é uma só: um começa com consoante, o outro com vogal. A física quântica hoje em dia já confirma a pluralidade do ser. Há vários Victors nesse exato momento, cada um vivendo uma vida diferente. É uma coisa de outro mundo, e louco, eu sei, mas assim é: Jesus está vivendo a vida dele agora; Sócrates está vivo agora; eu estou na minha linha de vida, vivendo também; e Mozart também está vivo no agora. Todos estamos vivendo nossas vidas na mesma “hora”, pois o tempo não existe! Entenda: somos imortais! Qual seria a utilidade de limitar a imortalidade? Não há limites... é impossível dar um fim ao que não foi criado. Jesus afirmava, “tudo que nasce, nunca morre.” Viagens no tempo são possíveis, já ocorreram e ocorrem, pois como o tempo não é tempo, e sim espaço, basta alguns graus em inversão de massa para sermos transportados para outro espaço, outra realidade. Não se engane pensando que isso não passa de ficção, pois ficção sequer existe; Jesus (nos) disse, um dia: “Tudo que imaginas já existe.” Por que você ouve uma música pela primeira vez, e parece que já a ouviu em outro lugar? Por que você reconhece uma pessoa sem nunca tê-la visto nesta vida? Porque o seu eu de outro lugar já conheceu aquela pessoa e já dançou a música em outro espaço; e como você deste espaço, e seu outro você do outro, são a mesma alma, vocês dividem as mesmas experiências... pois quando chegar o instante chave, e ambos passarem pelo batente da morte, ao chegar lá do outro lado o você-real tenha tido o máximo de experiências possíveis em vida terrena.

A segunda noção que a escola lhe ensina é a da diferença. Quando você for alguém, você estará sendo diferente do outro. Daí chegará as competições do mercado de trabalho, dos cursos superiores, quem copia mais rápido a matéria escolar, quem ganha os jogos nos cursos de inglês, quem chega primeiro, etc., tudo para torná-lo melhor ou pior que os outros. Tudo para fazê-lo sentir-se alguém importante ou um derrotado. Tudo para que nos dividamos mais, e assim percamos a força que tínhamos todos juntos. Assim, surge também a idéia de dualidade que supostamente a Terra tem: há o homem e a mulher; o gay e o hétero; o preto e o branco; o bem e o mal; o homem e os animais. Quanto mais nos dividirmos, menos será nossa força. Não há diferenças na existência. Todos ocupam um lugar único, todavia isto não nos faz melhores do que ninguém. Enquanto ainda houver pessoas que erroneamente dizem que gays não são gente, estaremos repetindo os mesmos erros do passado, quando os portugueses afirmavam que nossos índios não eram gente... ou que os escravos negros também não o eram. Estamos vendo o que Cazuza costumava ver, “vejo o futuro repetir o passado. Vejo um museu de grandes novidades.”

A terceira e última noção, totalmente “sem noção”, é a da morte. Osho resume o erro da humanidade quanto à morte, e explica como chegamos a ter tanto medo dela: “Com essa idéia de ser excepcional, de ser mais especial do que os outros animais, árvores e pássaros, o homem criou o seu próprio inferno, sua paranóia. A idéia de que somos seres excepcionais gerou uma cisão entre você e a existência. Essa cisão causa todos os seus medos e a sua infelicidade causa angústia desnecessária e a ânsia em você. E todos os seus assim chamados líderes, quer religiosos, políticos ou sociais, enfatizaram a cisão; eles a aumentaram. Não houve um único esforço para superar a cisão, para levar o homem de volta à Terra, para levá-lo de volta aos animais, pássaros e árvores, e para declarar uma unidade absoluta com a existência.” Perfeita conclusão. Os animais e plantas não contam os dias se preocupando com um fim. Apenas os homens, que se desligaram de sua essência universal, pensam nisso. E se preocupam com a dona morte. E se preocupam em fazer e ter o quanto antes da morte for possível, pois dela sabe-se quase nada, apenas sabe-se que é preciso ter sido alguém. De preferência alguém bom.

Você talvez tenha medo de pensar diferente, afinal quantos já não fizeram isso e morreram por seus ideais? Há uma coleção de lápides com nomes de pessoas que tentaram acordar o mundo, todos assassinados diretamente ou indiretamente pelos donos do jogo. E talvez você pense que dessa forma, não há jeito de vencer, visto que estamos no jogo deles, e quem quebra as regras é eliminado. Acontece que o jogo deles tem uma duração que depende apenas da sua opção. Se você criar consciência de todas essas coisas (o que inexoravelmente vai acontecer), você quebra as regras, é eliminado, e ainda vira o jogo! Não pense você que a vida acaba quando você morre. Não pense você que depois do sono da morte, você tirará umas férias eternas... não! O trabalho não acaba do outro lado... você estará servindo à vontade do Pai de outras formas, e uma delas será ajudando os que aqui ficaram.

Hoje, percebi o que Jesus se referiu no alto do Hermon. Naquela ocasião, ele afirmou com todas as letras que o cumpriu seu dever, e que a Luz ganhou a batalha. A Luz do Amor já ganhou a batalha, mesmo com tantas maldades e assassinatos que há hoje. Pense nisto: Eles tiram todos de nós, matam aqueles que nos guiam e que nos ajudam a quebrar as regras, nos deixam órfãos acreditando que assim nos deixaram mais fracos e perdidos... Porém, ao fazerem isso, estão aumentando nossa legião de Luz do outro lado! Lá onde a Luz é ainda mais forte, é mais pura, e, por conseguinte, tem mais força... Neste mundo, a escuridão reina por séculos, mas lá é a Luz que existe! Eles perdem. Eles que perdem!

Entendi essa parte do jogo, e agora carrego em mim a responsabilidade de prover aos que me seguem as mesmas informações. Digo as informações, pois só a vida trará as verdades por meio das experiências. Graças a minha mãe, a Jesus, a Sócrates, e a Osho, juntei meu próprio quebra-cabeças, e ousei sair do tabuleiro de xadrez. Por certo, não sou mais parte dos 99 por cento: sou Eu, 100 por cento.



quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

O porquê que o homem fala

(Víctor Lemes)

Me fizeram essa pergunta essa semana: por que o homem sente necessidade de falar uma língua?

Para respondê-la, a meu modo, é preciso discutir várias teorias. A começar: não vejo diferença entre as línguas humanas e as línguais dos outros animais. Afinal, quem pode julgar e afirmar que passarinho não fala? Essa ideia limitada e atrasada do humano achar que tudo aquilo que ele não vê ou não entende, por lógica consequência, não existe. (Vários Tomés por aí.) Daí surgem as incógnitas como aquela do início... As formigas se comunicam utilizando alguma forma de linguagem mental, talvez. Ou mesmo sonora, porém em frequências que nossos aparatos eletrônicas, ou melhor, nossa dimensão não nos permitem ouvi-los. Por qual razão o homem tem que se auto-afirmar o superior em tudo, e além do mais, criar uma definição de "superioridade" que somente existe nos paradigmas inúteis dele? Quanta perda de tempo, supondo que este existisse.

Com a explicação do primeiro ponto citado no parágrafo anterior, faço cair por terra parte da pergunta original, e atualizo-a para: por que sentimos a necessidade de falar? Para isso, entro em outro ponto crucial da vida do homem: sua origem. Diz-se que "um olhar vale mais que mil palavras", e esta expressão está corretíssima, pois, em teoria, o humano não precisava falar nada! Que atraso é falar o que pensa, quando nós poderíamos ter continuado certo, e apenas pensar para transferir nossos sentimentos e experiências! Tem gente que consegue ler nossos olhares, nossos gestos corporais, e nossa alma, apenas nos olhando. Sim, elas existem. Não são ficção, até porque ficção nem sequer existe. E por que elas conseguem? Porque isso já vem de fábrica! O problema é que o humano não lê os manuais ao utilizar os aparelhos desde a primeira vez.

Pense nisso: quantas vezes você quis traduzir em palavras aquela sensação inexplicável, que as outras pessoas descrevem como "felicidade" mas você sabe que essa palavra não é a melhor... daí você pensa em escolher "alegria", porém também acha uma definição fraquinha para aquilo que sente... pensa, pensa, pensa, e nada lhe vem a cabeça... Sabe por que acontece isso? Porque você busca definir algo da sua co-criação, e por conseguinte, infinito! Não há meios de limitar (usando uma língua) o ilimitado (seus pensamentos e experiências, em suma, sua vida). O único jeito de expressar o que sente, utilizando aquilo que tem como ferramenta natural: seu corpo. Sorria, levante os braços, agarre alguém, chacoalhe essa pessoa, abrace-a, beije-a, toque sua mão, grite, gargalhe, e até chore. E também faça todo o resto para o qual não possuo palavras para descrevê-los. Esta será sua única forma essencial de traduzir o que sente.

A invenção de qualquer língua falada em oposição à língua do pensamento foi apenas para limitar o humano. Desse modo, te ensinam uma porrada de palavras que descrevem diversas coisas já existentes ou que seguem determinados paradigmas, e inventam dicionários lhe dizendo que tudo que você precisa para falar ou se comunicar está lá. Todavia, se uma criança quisesse inventar algo novo, e dá-lo algum nome, lhe dirão que não pode. Não pode sair do sistema de palavras. Será inútil você querer inventar algo novo, porque o progresso não é bem-vindo na ordem. As línguas só servem para atrasar o homem! Quantas vezes você explicou uma coisa para uma pessoa, e esta entendeu completamente diferente? Olhe só a contradição e os conflitos que geram a falta de comunicação coesa e coerente, dois patamares básicos de qualquer língua falada ou escrita!

E com esse outro argumento, reconstruo novamente a pergunta original: por que a necessidade de uma língua? Principalmente nos dias atuais, com o advento da internet, tudo se escreve. A língua escrita é amplamente utilizada, até mais que a língua falada. E daí surgem diversos conflitos, entre eles: o vício de utilizar o jeito que falamos, e escrever do mesmo jeito "errado" em situações que espera-se a "norma culta", ou seja, "correta"; ou o que me ocorre diariamente: o fato de eu não poder traduzir minha ironia ou sarcasmo para a língua escrita, pois se escrever utilizando reticências ou qualquer outra ferramenta de discurso, acontecerá assim: eu escrevi de um jeito, lerão de outro jeito. Daí a magia da ironia defenestresse do meu quarto. E problemas chegam a mim, ainda que nem sequer quisesse tê-los.

Sou a contradição em pessoa: formado em Letras, professor de inglês; discutindo a necessidade de uma língua, seja ela materna ou estrangeira. E para melhorar (ou piorar?), sonhando no dia em que não precisaremos abrir mais a boca, apenas o coração.