sexta-feira, 21 de março de 2014

Não há nenhum começo, e nem há nenhum fim.

(Este texto é dedicado a Osho, ser este que após Jesus de Nazaré e Sócrates me abriu mais uma porta da imortalidade.)

Você verá que tudo dá na mesma
(Víctor Lemes)
Tive a oportunidade de debater com meus alunos um assunto que muita gente se pergunta, muita gente ficou na dúvida, mas ninguém nunca fez nada: a importância do que se aprende nas escolas. É um assunto repetitivo, pois com certeza você já parou para pensar sobre isso, e já discutiu o assunto com seus colegas e professores, diretores e pais... mas nunca, ninguém, lhe trouxe uma resposta lógica. Por que há a necessidade de aprendermos sobre logaritmos? Quando eu vou usar logaritmos na minha vida cotidiana? Para que saber que há citoplasma nas células? Quando eu vou pensar no citoplasma diariamente? Para que tenho que saber o que são orações coordenadas? Vou pensar nelas antes de falar alguma coisa para alguém? Para que perdermos tanto tempo trancafiados em escolas e universidades quando estas não nos ensinam pouca coisa útil? Aliás, escolas não nos fazem perguntas. Nos Jogam apenas afirmações e verdades.

É bem verdade que Sócrates nunca foi um professor. Tampouco se considerava um filósofo... e não acreditava quando lhe diziam que era o homem mais sábio de toda a Grécia. Sócrates reunia-se com pessoas de todas as idades, em lugares públicos da pólis, a fim de questionar-se e questionar os outros sobre a vida. E uma vez questionado, Sócrates não respondia completamente; ele respondia com outra pergunta, e ao final da tarde, nunca tinha as respostas para suas perguntas... dessa forma, Sócrates educava seus seguidores. Veja bem, eu disse “seguidores”, não “alunos”.

Por sincronia do Universo (pois “coincidências” não existem), Jesus de Nazaré nunca teve apóstolos, teve seguidores. Ele nunca indagou Judas ou André se queriam ser seus apóstolos. Ele simplesmente chegou a Tomé, enquanto este arrumava sua bolsa de viagem, em frente a sua casa, e disse: “Segue-me!”, nada mais. Nunca pediu nem sequer mandou qualquer pessoa fazer o que ele quisesse... até porque nada do que fazia era de sua vontade; segundo ele, fazia a vontade do Pai.

O que há de semelhante entre Jesus e Sócrates, também Osho traz consigo quando diz: “Continue fazendo apenas as coisas que você realmente gosta de fazer. Se você não gosta, pare. Ache qualquer outra coisa de que goste.” Quando os gregos da pólis iam à praça para ouvir Sócrates, eles não eram obrigados a ficar lá; se chegassem a ouvir algo que discordassem bastava-se dar meia-volta e ir embora. O mesmo acontecia em Caná, quando Jesus ensinava a desaprender; muitos iam embora, pois não entendiam ou não concordavam. Nem Sócrates, nem Jesus, forçavam alguém a ficar. Osho mesmo conta que na escola quando estava em uma aula de matemática, levantou-se para sair da sala; seu professor, muito sério, perguntou o porquê de tamanha falta de respeito, e Osho respondeu: “Não gosto disso. Isto é uma tortura. Vou fazer algo de que eu goste.” Jesus fez o mesmo nos seus 18 anos: ele não queria ir às sinagogas e aprender as escrituras mentirosas, ele não gostava delas. Discutiu com Maria e saiu de casa, rumo às suas viagens para conhecer outras culturas... onde aprendeu grego (koiné), os segredos da Cabala, entre outras coisas. Por que forçar uma criança a aprender algo de que não gosta? Por que o existir dessas escolas?

Há sim um porquê. A idéia de escola como se tem hoje, se assemelha incrivelmente a uma indústria: tem-se um prédio grande, murado em todos limites; tem-se salas com inúmeras carteiras, comportando 40 a 50 alunos por sala, enfileirados um atrás do outro; há o sinal que toca para avisar os intervalos; há o diretor autoritário, e as advertências. As carteiras enfileiradas em salas cheias de alunos estudando, assemelha-se com um galpão de indústria, cujas carteiras são as máquinas, e cada aluno opera a sua; quando bate o sinal, é hora do intervalo, é hora de comer, é hora de almoçar; você não conhece o seu chefe, mas quando foge de seu controle, o que conhece bem são suas advertências. Estamos criando literalmente pequenos robôs em nossas escolas. Nossas crianças não pensam mais, porque não lhes ensinam a pensar. Não há necessidade disso. Uma pessoa que “pensa por si mesmo é livre”, cantava Renato Russo, “e ser livre é coisa muito séria”.

Estamos vivendo num jogo, onde a escola é o lugar no qual se aprende as regras. As regras de lá são simples: faça o que eu mando, logo, você terá seu diploma e será alguém; Quando for alguém, você terá que se matricular em universidades, e tentar pegar outro diploma, e ser um alguém melhor; daí poderá casar-se, formar família, ser muito feliz... porém, para tanto, haverá a necessidade de trabalhar para, afinal, trazer algum sustento para casa. Então trabalhe muito, e sempre queira mais... nós cuidaremos de você e de sua vida. Fique tranqüilo. Segundo Osho, até os 12 anos as crianças são mais fáceis de ser condicionadas a aceitar as coisas. Por isso, o ímpeto das sociedades em pô-las em escolas e catequeses desde cedo. Quanto antes você hipnotizá-las, melhor. Se deixar para depois dos 13 ou 14, já é tarde demais. Curiosamente, Aldous Huxley sabia dessa informação, e previu nosso futuro quando criaremos crianças em laboratórios, e enquanto crescem, utilizaremos a hipnopedia para condicioná-las a ser inferiores ou superiores umas as outras. As escolas são a base para uma sociedade culta.

Digo mais: as escolas são as chaves mantenedoras desse sistema enorme, porém falho. Quando nos injetam esse vírus de “querer ser alguém na vida”, isto faz com que se criem, por nosso intermédio, três coisas fundamentais para o sistema: a noção de tempo, a noção de diferença, e, conseqüentemente, a noção de morte. Desses três elementos, nenhum é real. Todos são ilusões, hologramas, para que você se sinta mais feliz. Para que você sinta a felicidade, mas não a seja.

A primeira noção, a do tempo, vem de uma coisa chamada por Osho de “ambição”. E ele a define muito bem: quando se tem ambição, se faz necessário tempo. Sem o tempo à frente, você não conseguirá alcançar o que almeja, e rápido. Eis o porquê de todo o sistema fazer você competir, correr. Você precisa ser uma pessoa ambiciosa, precisa sempre ter mais! Quanto mais, melhor! Quanto mais você e o mundo quiser, mais o tempo se fará necessário, e por conseguinte, se materializará na sua realidade. De que serve toda essa pressa? Para onde te levará esses seus sonhos de ser alguém? Quando chegar a ser esse alguém, o mundo lhe trará outra possibilidade maior, e de lá sai você em busca desse novo alguém, custe o que custar.

Não compre essa mentira de que o tempo existe... o tempo não é uma linha material, no qual você pode visitar o início e alterá-lo como bem entender; ou mesmo ir para frente. O tempo nada mais é outro espaço. A diferença entre tempo e espaço é uma só: um começa com consoante, o outro com vogal. A física quântica hoje em dia já confirma a pluralidade do ser. Há vários Victors nesse exato momento, cada um vivendo uma vida diferente. É uma coisa de outro mundo, e louco, eu sei, mas assim é: Jesus está vivendo a vida dele agora; Sócrates está vivo agora; eu estou na minha linha de vida, vivendo também; e Mozart também está vivo no agora. Todos estamos vivendo nossas vidas na mesma “hora”, pois o tempo não existe! Entenda: somos imortais! Qual seria a utilidade de limitar a imortalidade? Não há limites... é impossível dar um fim ao que não foi criado. Jesus afirmava, “tudo que nasce, nunca morre.” Viagens no tempo são possíveis, já ocorreram e ocorrem, pois como o tempo não é tempo, e sim espaço, basta alguns graus em inversão de massa para sermos transportados para outro espaço, outra realidade. Não se engane pensando que isso não passa de ficção, pois ficção sequer existe; Jesus (nos) disse, um dia: “Tudo que imaginas já existe.” Por que você ouve uma música pela primeira vez, e parece que já a ouviu em outro lugar? Por que você reconhece uma pessoa sem nunca tê-la visto nesta vida? Porque o seu eu de outro lugar já conheceu aquela pessoa e já dançou a música em outro espaço; e como você deste espaço, e seu outro você do outro, são a mesma alma, vocês dividem as mesmas experiências... pois quando chegar o instante chave, e ambos passarem pelo batente da morte, ao chegar lá do outro lado o você-real tenha tido o máximo de experiências possíveis em vida terrena.

A segunda noção que a escola lhe ensina é a da diferença. Quando você for alguém, você estará sendo diferente do outro. Daí chegará as competições do mercado de trabalho, dos cursos superiores, quem copia mais rápido a matéria escolar, quem ganha os jogos nos cursos de inglês, quem chega primeiro, etc., tudo para torná-lo melhor ou pior que os outros. Tudo para fazê-lo sentir-se alguém importante ou um derrotado. Tudo para que nos dividamos mais, e assim percamos a força que tínhamos todos juntos. Assim, surge também a idéia de dualidade que supostamente a Terra tem: há o homem e a mulher; o gay e o hétero; o preto e o branco; o bem e o mal; o homem e os animais. Quanto mais nos dividirmos, menos será nossa força. Não há diferenças na existência. Todos ocupam um lugar único, todavia isto não nos faz melhores do que ninguém. Enquanto ainda houver pessoas que erroneamente dizem que gays não são gente, estaremos repetindo os mesmos erros do passado, quando os portugueses afirmavam que nossos índios não eram gente... ou que os escravos negros também não o eram. Estamos vendo o que Cazuza costumava ver, “vejo o futuro repetir o passado. Vejo um museu de grandes novidades.”

A terceira e última noção, totalmente “sem noção”, é a da morte. Osho resume o erro da humanidade quanto à morte, e explica como chegamos a ter tanto medo dela: “Com essa idéia de ser excepcional, de ser mais especial do que os outros animais, árvores e pássaros, o homem criou o seu próprio inferno, sua paranóia. A idéia de que somos seres excepcionais gerou uma cisão entre você e a existência. Essa cisão causa todos os seus medos e a sua infelicidade causa angústia desnecessária e a ânsia em você. E todos os seus assim chamados líderes, quer religiosos, políticos ou sociais, enfatizaram a cisão; eles a aumentaram. Não houve um único esforço para superar a cisão, para levar o homem de volta à Terra, para levá-lo de volta aos animais, pássaros e árvores, e para declarar uma unidade absoluta com a existência.” Perfeita conclusão. Os animais e plantas não contam os dias se preocupando com um fim. Apenas os homens, que se desligaram de sua essência universal, pensam nisso. E se preocupam com a dona morte. E se preocupam em fazer e ter o quanto antes da morte for possível, pois dela sabe-se quase nada, apenas sabe-se que é preciso ter sido alguém. De preferência alguém bom.

Você talvez tenha medo de pensar diferente, afinal quantos já não fizeram isso e morreram por seus ideais? Há uma coleção de lápides com nomes de pessoas que tentaram acordar o mundo, todos assassinados diretamente ou indiretamente pelos donos do jogo. E talvez você pense que dessa forma, não há jeito de vencer, visto que estamos no jogo deles, e quem quebra as regras é eliminado. Acontece que o jogo deles tem uma duração que depende apenas da sua opção. Se você criar consciência de todas essas coisas (o que inexoravelmente vai acontecer), você quebra as regras, é eliminado, e ainda vira o jogo! Não pense você que a vida acaba quando você morre. Não pense você que depois do sono da morte, você tirará umas férias eternas... não! O trabalho não acaba do outro lado... você estará servindo à vontade do Pai de outras formas, e uma delas será ajudando os que aqui ficaram.

Hoje, percebi o que Jesus se referiu no alto do Hermon. Naquela ocasião, ele afirmou com todas as letras que o cumpriu seu dever, e que a Luz ganhou a batalha. A Luz do Amor já ganhou a batalha, mesmo com tantas maldades e assassinatos que há hoje. Pense nisto: Eles tiram todos de nós, matam aqueles que nos guiam e que nos ajudam a quebrar as regras, nos deixam órfãos acreditando que assim nos deixaram mais fracos e perdidos... Porém, ao fazerem isso, estão aumentando nossa legião de Luz do outro lado! Lá onde a Luz é ainda mais forte, é mais pura, e, por conseguinte, tem mais força... Neste mundo, a escuridão reina por séculos, mas lá é a Luz que existe! Eles perdem. Eles que perdem!

Entendi essa parte do jogo, e agora carrego em mim a responsabilidade de prover aos que me seguem as mesmas informações. Digo as informações, pois só a vida trará as verdades por meio das experiências. Graças a minha mãe, a Jesus, a Sócrates, e a Osho, juntei meu próprio quebra-cabeças, e ousei sair do tabuleiro de xadrez. Por certo, não sou mais parte dos 99 por cento: sou Eu, 100 por cento.



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