Brasil, por tudo!

Você ainda sabe o que é ser nacionalista?

El Derecho Al Delirio

Uma mensagem de Eduardo Galeano. Assista!

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segunda-feira, 28 de novembro de 2011

“Vamos alimentar o que é maldade, vamos machucar um coração.”


“Vamos celebrar a estupidez humana.” Engraçado como as pessoas não pensam mais. Será que é muito difícil para uma criatura, que se diz tão dotada de inteligência, entender que o que ela está a comer hoje, gerará uma doença horrível no futuro? Será que ela consegue se amar tanto assim?

Vamos celebrar os preconceitos.” E ouvi um dos maiores absurdos outro dia.

Estava a conversar com um colega sobre o direito dos animais. Ele é daqueles bem presos em religiões do medo e favoráveis à ignorância. Quando disse que os animais não eram inferiores, como ele mesmo tinha confirmado com aquela convicção, eis que me responde assim: “Mas Deus sabia que o homem iria explorar um animalzinho sequer.” O deus dele sabia, que deus exemplar.

Vamos celebrar a fome.” Será que eles sabem que “morrer de fome” não é apenas uma expressão?

É um tanto impressionante pensar que a maioria não. O que é dado aos bovinos, suínos, aves ou qualquer outro animal que eles comem como alimento poderia acabar com a fome de milhões de crianças em nosso pequeno universo.

Vamos festejar a violência.” Quer saber de uma coisa engraçada?

Se procurarmos no dicionário Aurélio da língua portuguesa a definição da palavra “animal”, em seu item número quatro, lemos: “Pessoa desumana, bárbara, cruel.” Poxa vida! E eu achava que o homem é que era o bárbaro e o cruel. Senhores, precisamos atualizar nossos dicionários.

Vamos celebrar a aberração de toda a nossa falta de bom senso.”

E ainda hoje, uma conhecida minha disse que iria em um rodeio, “adooooro”. Quando demonstrei meu nojo para com divertimentos como esse, tão bárbaros e cruéis, ela respondera o clichê mais comum entre os que não gostam de pensar: “gosto não se discute.” Engraçado. “Se acontece maus tratos ou não, aí é outra questão.” Amigos, ouviram-na, é outra questão.

Sabe, essa música chama Perfeição, e foi escrita por Renato Russo, e está no álbum O Descobrimento do Brasil. Renato não era vegetariano até onde eu sei, mas tenho certeza, dessas que se tem de coração, que se tivesse mais tempo ele o seria. Ele tinha esperança no mundo, ele sabia que podíamos mudar, podíamos voltar à nossa essência. Enfim, ele quis que fôssemos diferentes. É decepcionante, às vezes, ao dar uma pausa na caminhada, e ver seus amigos ainda lá atrás. É decadente pensar que o mundo tem evoluído “pra trás”…

Tomemos um mestre dos mestres, como exemplo.

“A esperança, sempre a temos, claro. É o que faz, em muitos casos, com que a vida seja suportável.”
“Se eu pudesse apagar a palavra utopia do dicionário e da mente das pessoas, fá-lo-ia. Adiamos e adiamos o que queremos ser.”
(José Saramago.)

Encerro aqui meu desabafo, com um dos versos finais mais verdadeiros de Renato, um de meus ídolos eternos. E que saibamos que temos potencial para, todos os dias, mudarmos o mundo, façamos do bom senso a nova ordem.

“Quando a esperança está dispersa só a verdade me liberta, chega de maldade e ilusão.”

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Ora, ora, senhores homens!

Ora, ora, senhores homens que se dizem homens por serem taxados de "pais"! Por favor, senhores... Olhem bem para o que fazem, e o que na verdade não são. Levam as fotos dos filhos nas carteiras, mas não os tem no coração. Pobres crianças... imaginam e criam de vocês aquela imagem de família perfeita, de que tudo ali é bom. Fingem não ver o que realmente são. Pobres crianças... muitas nem idealizadas foram, muitas não têm sonhos pois não são, pra todos vocês, consideradas um sonho realizado.

Mas o que é isso, senhores racionais! Vão atravessando vidas, vão se roçando as pernas, vão caminhando para qualquer lugar ruim, sem saber quantas vidas deixam estilhaçadas no chão. Quanta frustração, meu Deus! Pobres crianças... quantos traumas vocês não ajudam a gerar nestas pobres criaturas, que nada tiveram a ver com suas faltas de bom senso do passado, quando não se importaram de usar um preservativo que fosse; que ajudasse a prevenir a vinda desses "monstrinhos" que suas mulheres tentam criar sozinhas.

Pobres crianças... pobres crianças... não se sintam abandonadas por seus pais desnaturados, por não terem a Natureza neles de um Deus que um dia um Filho chamou de Pai. Estou aqui a conversar com eles. Vejam bem senhores, se não pensam no futuro de seus filhos "queridos", pois então pense nesta minha situação cotidiana. Sou professor de inglês, e esta tarde, me deparei com um quadro que havia me esquecido existir. Estava eu a ensinar um garoto de dezessete anos, a falar sobre idade. "How old are you?", perguntei se havia entendido já, e acenou um "sim" com a cabeça. Eis que surge a ideia maluca de perguntá-lo: "How old is your father?". Ele balbuciou, se perdeu em um extenso lapso de tempo, e num inglês simples respondeu:

"I don't know. I never met my father."

Me poupe seu fraco inglês técnico, se houver interesse jogue no Google Tradutor esta frase e descubra por si mesmo o quão bom o senhor é para este garoto. Ora, meu senhor, se não consegue pensar no seu "mísero" filho, pelo menos pense no professor de inglês dele, e nas tantas outras pessoas que cruzarão seu caminho, a todo momento relembrando ao garoto a lacuna que o senhor faz.

Vê se aprende a amar um pouco.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Isso que é ser homem



Os homens nas ruas se arrastam nervosos, imbecis, inúteis, se encoxando entre à multidão. Seus olhares maus, com camisas desabotoadas, dessas que colam no corpo depois de três dias seguidos de uso. Alguns, caminham de mãos dadas à esposas, fingindo ouvir suas palavras de afeto, seus planos, suas dúvidas, suas promessas de amores. Os olhos destes pilantras sem vida nunca viram as cores dos olhares daquelas ingênuas mulheres, nunca ouviram a música que delas faz brotar o pranto, nunca ouviram o carinho que só é proferido ao pé do ouvido. Enquanto caminham ali nas ruas, se esfregando entre a multidão, viram seus olhares, miram seus ouvidos, proferem mentiras à alguma garota na rua.

Ao cruzar esquinas, casais de namorados que não estão enamorados, se beijam, se abraçam, se olham. Dali dois minutos que se despedem um do outro, estão flertando com outras meninas. Se acham os maiorais, contam quantos beijaram, com quantos "ficaram", quantas vezes dormiram juntos. Estes jovens irracionais se divertem com "rankings" de garotas que usaram. Acham atraente classificá-las com notas, com números, com piscadelas fúteis.

Os mais velhos, seja passeando com os poodles da patroa, seja fumando na varanda de casa, seja bebendo cerveja na padoca do lado, seja bisbilhotando as revistas playboy nas bancas, não importa, estão todos com a mesma esperança de morrerem logo para assim poderem desfrutar de um harém de garotas virgens. Quando não, estão repetindo os mesmos erros dos que os jovens de hoje fazem, dos que seus filhos fizeram, e vão se coçando as pernas, e reclamam da maldita doença, da maldita cadeira, das malditas pernas... Ah, se o tempo pudesse voltar dessa vez! Pegaria todas dessa rua e até mais.

Estúpidos, inseguros, insatisfeitos, nojentos, escrupulosos, malditos. Criadores e mantenedores desse sistema atrasado, desse machismo idealizado. Trancafiados em antigas jaulas, trocam um passeio de família por um bando de homens sedentos por uma bola feita de dinheiro. Vão usando e descartando. Vão sujando e aproveitando. Se essa é a imagem de homem para a sociedade, sinto uma imensa vergonha em ser taxado como um.

E ainda dizem por aí:
- Não, rapaz! Eu sou homem!

De onde vem tanto orgulho assim?

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Mas o mundo continua sempre o mesmo
O medo de voltar pra casa à noite
Os homens que se esfregam nojentos
No caminho de ida e volta da escola
A falta de esperança e o tormento
De saber que nada é justo e pouco é certo
E que estamos destruindo o futuro
E que a maldade anda sempre aqui por perto
A violência e a injustiça que existe
Contra todas as meninas e mulheres
Um mundo onde a verdade é o avesso
E a alegria já não tem mais endereço

(Renato Russo, "Clarisse")

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Somos todos iguais

Muitos de nós, que escolhemos seguir esse caminho de bem-estar animal, nos deparamos, eventualmente, com a seguinte pergunta: “ você não come carne? Então você é vegetariano?”, e muitas das vezes rótulos como “vegetariano” ou “vegano”, “ovo-lacto vegetariano”, etc., é nossa resposta.  Porém, o que é ser vegetariano? É ter a capacidade de saber olhar para aquela criatura viva, e saber que sua vida é tão valiosa quanto a minha; é saber ouvir o grito de agonia das mesmas criaturas que sofrem por todos os lados, e não só ouvi-los mas ajudá-los; é saber o valor de cada um no universo em que vivemos, dar valor a tudo que nos rodeia; é não ter um pré-conceito sobre vidas consideradas por parcela de nossa raça como inferiores; enfim, é nos tornar conscientes. Conscientes de tudo que nos diz respeito à vida.

Consciência. [do lat. Conscientia.] 1. Atributo altamente desenvolvido na espécie humana e que se define por uma oposição básica: é o atributo pelo qual o homem toma em relação ao mundo ( e, posteriormente, em relação aos chamados estados interiores, subjetivos) aquela distância em que se cria a possibilidade de níveis mais altos de integração. (…) 6. Cuidado com que se executa o trabalho, dever; senso de responsabilidade. 7. Honradez, retidão, probidade.
(Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, 2ª Edição 1986, p. 457).

Ser consciente é ser responsável. Pelo quê? Por tudo que nos rodeia. Uma pessoa que se diz vegana é consciente. Consciente do mal que estaria fazendo se continuasse a comer o mundo. Uma pessoa que se diz contra o preconceito racial é consciente. Consciente do mal que estaria fazendo ao ignorar o semelhante a ele, o “diferente”. O mesmo acontece àqueles que se dizem a favor da homossexualidade, ou contra qualquer tipo de preconceito. Seja em relação à raça, sexo, ou espécie.

Para chegarmos a níveis mais altos de integração é preciso que deixemos de lado o preconceito. Ser contra o abolicionismo, tempos atrás, foi visto por muitos escravocratas como apenas uma fase, um “estilo de vida”. Eventualmente aqueles loucos iriam desistir. O mesmo aconteceu e ainda acontece com os homossexuais, que ainda lutam para ser aceitos na sociedade como “normais”. Muitos dizem “ser homossexual é só uma fase”, ou um “estilo de vida”.  Não nos esqueçamos o papel da mulher no mundo, sempre tratada como “objeto, que você usa e joga fora, depois de ter prazer”, as feministas eram tratadas como loucas, verdadeiras “bruxas”, todavia, eventualmente, iriam resignar-se diante os homens covardes.

A humanidade tem evoluído vagarosamente, temos passado várias fases, temos abandonado diversos preconceitos a fim de fazer deste inferno um novo céu. Por exemplo, uma pessoa que se diz vegana, mas tem aversão a casais homossexuais de mãos dadas nas ruas, não é uma pessoa consciente. Se ela ama os animais, a ponto de deixar de comer carne, mas mesmo assim tem coragem de matar uma formiga sequer, não é consciente. Ou ainda, um vegano que só aceita outros como ele, ou seja, “veganos” como amigos, não é consciente. Se eu não tenho preconceito para com um animal, por que teria com uma pessoa? É simplesmente lógica.

Ser consciente é ter honradez. Se sentir honrado em aceitar as diferenças. Aceitar o “novo”, que há muito já existia. Honrar toda e qualquer criatura na face da Terra. E até fora dela. Honrar sua vida e a dos outros, que aqui também estão honrando a sua. Ser consciente de que nossa espécie depende de outras espécies para viver, não para só sobreviver. Ser consciente é sentir-se honrado em permitir que outros possam sentir a honra de viver.

É hora de aceitarmos que o vegetarianismo é apenas um passo a mais na evolução do homem. Que nós não apenas estejamos juntos, mas que sejamos juntos. Ser vegetariano não é escolher um time, não é escolher um lado. Ser vegetariano é apenas mais um degrau para a eventual perfeição.

Quando for perguntado algum dia desses:

- É vegetariano?

Reflita, e sorria:

- Não, sou consciente.

Pensem nisso.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Uma proposta angustiante - Parte I


A proposta que trago nas seguintes linhas é baseada em diversas leituras minhas, experiências ouvidas e vistas por aí, e principalmente pela minha visão do mundo atual. É importante também frisar que o que vem a seguir se trata de uma opinião minha, Víctor Lemes, não escrevo em nome de todos os colunistas e/ou responsáveis pelo Vista-se.
Ultimamente, tem vindo muitos textos sobre a vida em minhas mãos. Tenho lido e refletido muito, e espero que consiga passar toda minha proposta nos próximos parágrafos.
O que temos presenciado em nossa vida em todos estes anos? Terror, medo, guerras, fome. A maldade humana já não tem nome, o mundo anda às avessas. As pessoas não se conhecem, fazem pouco ou nenhum caso sobre elas mesmas, e a vida em si acabou virando uma enorme rotina, com sorte uma rotina que dura oitenta anos.
O mundo está como aí está porque ele mudou e ainda estamos jogando com as regras antigas. As pessoas têm evoluído, o nível tecnológico-cientifico tem avançado muito, mas nossa sensibilidade perante a vida tem sido anulada. Nossos sistemas exigem uma atualização imediata, não podemos mais ficar assim, vivendo para nada. Devemos lembrar uma coisa simples que rege este ou qualquer outro mundo: o que eu faço, eu recebo. Tudo, literalmente tudo, é assim na vida. Nada é por acaso.
Repare no tamanho das sementes, são tão pequeninas, e quando plantadas em terreno fértil, banhadas com amor e gratidão, passam gerações e gerações crescendo, até se tornarem enormes, gigantescas, magníficas árvores. Nossas atitudes são essas sementes. É hora de trocarmos nossos espelhos.
O que o vegetarianismo prega em sua essência? Respeito à vida. Essa é a única chave mágica para abrir os portões do Novo Mundo. “A única argamassa definitiva capaz de cimentar a construção desse Mundo Melhor será a consolidação coletiva, desse princípio simples e difícil: A Vida é Sagrada. Um único artigo. Um único parágrafo. Sem exceções”[1].
Nós, que despertamos essa consciência, temos nos indignado com certas desculpas esfarrapadas, fornecidas por aqueles mesmos sistemas velhos: “animais são inferiores”, “sou um ser racional”, “eu não quero saber”, “eu não quero ver”, “não me livro de ser cruel”, “é o ciclo da vida”, entre outros.
Comecemos pela palavra “consciência”, no dicionário[2], em seu item número seis lê-se: “Cuidado com que se executa o trabalho, dever; senso de responsabilidade.” E “cuidado”, de onde vem? Do verbo “cuidar”, ter cuidado consigo mesmo, daí vem aquele ditado popular: quem ama cuida. Então cuidar é uma vertente de amar. Quando cuido dos meus cães, eu os amo. Quando cuido de meu lar, eu o amo. Quando cuido de mim mesmo, amo-me. Portanto, a base do respeito é o Amor. E o Amor escolhe? Não. O Amor aceita qualquer um, sem exceções.
Há aqueles que frequentemente dizem: “eu amo os animais”, mas, na verdade, estão se referindo àqueles “animais domésticos”[3], ou dentro de zoológicos. Continuam em suas zonas de conforto, bem acomodados. Alguns ainda proferem tamanha contradição enquanto reunidos em um churrasco na casa dos amigos. O “amor” deles abre exceções. “Exceção”, derivado do verbo “exceder”, que por sua vez, no mesmo dicionário, lê-se em sua primeira definição: “ser superior a.” Ser superior a alguém é comparar. Comparar é uma espécie de competição. Lembre-se nos dias de escola, apostava-se quem era o mais rápido a copiar os textos da lousa, quem corria mais, etc. Competia-se. E quem perdia, era humilhado. Era deixado de lado.
Enfim, abrir exceções é um tipo de preconceito. Veja o mundo. Homossexuais não podem se casar na igreja. Negros não podiam, e há lugares que ainda não podem, estudar na mesma escola que brancos.  Países que negam às mulheres direitos iguais. Preconceito, preconceito, preconceito.
É preciso abandonar os preconceitos. É difícil? É. Eu mesmo ainda tenho alguns. Contudo, é imensamente necessário que todos nós saibamos, aceitemos, e primordialmente, entendamos que todos somos iguais.
Quando eles falam que animais são inferiores, eventualmente, em uma discussão conosco, pessoas conscientes, eles se sentirão os inferiores. Eles já se esqueceram que também são animais. Consequentemente, eles mesmos estão afirmando que são inferiores. “Acreditar que Deus haja criado seres inteligentes sem futuro, fora blasfemar da sua bondade.”[4]
“Não existem vidas maiores ou menores: existe a Vida. Podemos ensinar a nossos filhos o respeito incondicional a todas as vidas; podemos ensiná-los a respeitar e amar pássaros, insetos, gatos e cachorros, baleias, tartarugas-marinhas, golfinhos e micos-leões dourados; mas não podemos desmentir isso quando nos sentamos à mesa. Não podemos amar e matar, respeitar e destruir ao mesmo tempo.”[5]
Existem aqueles que se dizem “racionais”, ou seja, “tenho razão naquilo que faço ou falo”. A definição de “razão”, itens 2 e 3 respectivamente, “faculdade que tem o homem de estabelecer relações lógicas”; “bom senso.” Duas coisas me chamam atenção neste momento, “lógica” e “bom senso”. Sabe-se que o planeta Terra é habitado por 6 bilhões de pessoas. Sabe-se também que 800 milhões delas estão com fome crônica. Entenda fome crônica como “uma fome violenta que mata uma criança a cada cinco minutos.”[6]
“Se numa área de terra qualquer, cultivarmos forrageiras para alimentar o gado, este ao final irá alimentar mil pessoas: mas, se nessa mesma área plantarmos grãos, serão alimentadas por eles quatorze mil pessoas. Essa é a proporção real: 14 por 1. Multiplique isso por milhares. Por milhões. E saberá para onde vai a comida das crianças famintas do planeta Terra.”[7] Cadê o bom senso, senhores racionais?
“O que levou um Diretor do Conselho de Proteína da ONU a declarar: ‘Os grãos das classes pobres estão sendo desviados para alimentar o gado dos ricos.’ Mais precisamente, um terço dos grãos do mundo vira comida animal! E mais: os animais de corte são verdadeiros ‘sumidoures de proteínas’. De toda a proteína que um boi consome – 100% – sabe quanto ele vai devolver? Dez por cento. Isso faz da carne o alimento mais antieconômico e elitista do planeta. Enquanto milhões de pessoas morrem de fome, utiliza-se imensas extensões de terra, água e grãos para criar e alimentar animais para suprir os consumidores de carne. (…) Transformar os frutos da Terra em objeto de comércio, especulação e lucro, é tão imoral como pretender-se vender a luz do sol ou o ar.”[8] Cadê a lógica, senhores racionais?
Por favor, não nos fechemos para o mundo. Só a Verdade nos libertará de qualquer medo ou ilusão que nos é dado desde que nascemos. Só a verdade é revolucionária. Tenha coragem de saber o que você está fazendo de sua vida, adquira conhecimento, transforme-o em sabedoria, multiplique-se. Assista Terráqueos, e outros documentários sobre exploração animal. Assista documentários, leia sobre a origem do ser, das religiões, a origem da nossa história. Aprenda. E passe pra frente.
“O conflito não é entre o bem e o mal, mas entre o conhecimento e a ignorância.” (Buda)
Por fim, a fonte de toda desigualdade que há no mundo, pode ser definida por um único item: o dinheiro. E dirão: “mas o dinheiro não é o vilão, o dinheiro é bom, ele é necessário”. Veja bem, em um mundo onde tudo é de todos, o dinheiro já não fará diferença alguma, será apenas um desperdício de papel a mais no planeta.  É necessário, como afirmei anteriormente, criar um novo sistema independente de dinheiro. Ele foi apenas uma invenção, que infelizmente não tem sido usada para o bem. Como tantas outras, tais como o avião, a teoria da relatividade, etc.
Como um vegetariano que não aceita comer uma porção de batatas em um McDonald’s , por exemplo, pois se assim o fizesse estaria de alguma forma financiando a morte de milhares de animais, deveríamos nos portar em relação ao dinheiro. Existem vários documentários por aí, que nos mostram a pobreza total, famílias procurando restos de comida em lixões. O sistema capitalista mundial se fundamenta na pobreza de uns para que outros vivam na riqueza. Você sabe disso, mas não pode correr ao erro e dizer: “não posso fazer nada sobre isso”, pois o carnívoro dirá o mesmo a você em relação ao consumo de animais.
O que é preciso ser feito? Evoluirmos, em todos os sentidos. Chega de materialismo, chega de sistemas fúteis e controladores, chega de ilusão. Quando é que vamos seguir o coração? Quando é que vamos ser humildes o bastante para aceitarmos nossas imperfeições, e mais importante, sabermos lidar com elas? A única coisa perfeita neste mundo é a lei da ação-reação. Tudo que eu faço, ou deixo de fazer, voltará ou não a mim. “Enquanto houver matadouros, haverá campos de guerra”, dizia Tolstoi. E assim é.
“Cada parcela deste mundo é propriedade de um Estado ou de um particular. Este roubo social, que é a apropriação exclusiva da terra, se materializa na onipresença dos muros, das grades, das cercas, das barreiras e das fronteiras; são as marcas visíveis dessa separação que invade tudo.”[9] Nós vivemos aprisionados, do mesmo modo que os animais vivem. Ou seja, o que os homens fazem a eles, assim é feito a eles mesmos.
Você, eu, qualquer um de nós, habitantes deste magnífico planeta, estamos condicionados a aceitar estas condições. Não nos importamos, inconscientemente muitas vezes, se hoje tenho algo de comer, e outros vão comer o resto que jogar na lata de lixo. Estes sistemas velhos nos fazem ficar insensíveis. E, quando percebem que poucos resolveram sentir, inventam palavras sem sentido como “utopia”, fazendo-nos crer que somos apenas sonhadores, que nunca um mundo belo há de se transformar deste inferno.
Antes de continuar, gostaria de ouvir opiniões, idéias, propostas do que fazer. Vamos discutir. Afinal, com uma só pétala não se faz uma flor.

[1] Mariléa de Castro, “A Alimentação à Luz do Cosmo”.
[2] Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, 2ª Edição 1986.
[3] De acordo com o IBAMA, os animais domésticos são aquelas espécies que passaram por melhoramento genético ou que foram selecionadas naturalmente pelo homem por serem de fácil domesticação. Os porcos são classificados como animais domésticos, assim como cães, gatos, vacas, patos, galinhas, codornas, coelhos, periquitos, entre outros. Segundo uma analista ambiental do instituto, comer ou não uma espécie é uma questão cultural e histórica. (Revista dos Vegetarianos, ano 4, número 47, p. 66.)
[4] Allan Kardec, “Livro dos Espíritos”, cap. XI.
[5] Mariléa de Castro, “A Alimentação à Luz do Cosmo”, p. 213.
[7] Mariléa de Castro, “A Alimentação à Luz do Cosmo”, p. 215.
[8] Mariléa de Castro, “A Alimentação à Luz do Cosmo”, p. 215, 216.
[9] Trecho do documentário “Da Servidão Moderna”.