Brasil, por tudo!

Você ainda sabe o que é ser nacionalista?

El Derecho Al Delirio

Uma mensagem de Eduardo Galeano. Assista!

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domingo, 1 de setembro de 2013

5,5

(Víctor Lemes)


Estas palavras vão para as cinco vírgula cinco milhões de crianças dessa Mãe Gentil que passaram esse segundo domingo de agosto como qualquer outro domingo:

Não fomos esquecidos! Nosso pai nos espera no batente da porta da realidade... Ele nos mandou um presente no primeiro dia dos Pais dos Universos: nos sorriu uma mar de possibilidades de vida. E antes de partirmos, ele nos abraçou como alguém que nos ama imensamente, e nos inseriu em seu infinito coração, ao mesmo que tempo que dizia:

- Já sinto sua falta, meu filho! Vê se não demora...

Não se esqueçam: somos amados todos pelo Pai dos Universos! Ele não nos esquece jamais! Celebremos hoje o feliz dia do Pai!


domingo, 10 de março de 2013

Sexta-feira

(Víctor Lemes)

Me pediram, no começo da semana, para que eu fizesse algo para sexta-feira. E pensei: "O que há nesta sexta-feira?" - apenas me disseram que era uma data importante. Liguei o computador, entrei no Google e descobri que essa sexta-feira era dia 8 de março; e por ser 8 de março, a Organização das Nações Unidas criou, em algum lugar no passado, o dia Internacional da Mulher! Então, pensei: "Ok. O que há de tão importante para comemorar no dia Internacional da Mulher?".

Se você parar para pensar um pouquinho, 66% do trabalho de todo o planeta Terra é feito por mulheres, enquanto elas recebem ao final do mês aproximadamente 16% menos salário do que os homens. Outra coisa interessante para se comemorar nesta sexta-feira é o fato de que em muitos países as mulheres são consideradas como alguém, ou "algo", para cuidar da casa, das crianças, ou fazer bebês. Eu e você sabemos que não é preciso ir tão longe para perceber quão injusto as mulheres são tratadas. Por exemplo, aqui no Brasil, criamos o padrão de se ter empregadas domésticas, ou vulgo "doméstica". Não há um "empregado doméstico" na casa do seu amigo. Por que não? "Porque mulheres realizam esse trabalho com mais afinco! Elas já estão por décadas acostumadas!" A maioria segue um paradigma de que mulher é boa para cozinhar, passar, limpar a casa. Se a ONU criou este dia para comemorarmos, pois então, não nos esqueçamos das "mulheres-objeto", as quais são vistas e tratadas como tal, a fim de prazeres carnais machistas. Veja só! Temos alguma coisa a comemorar sexta-feira!

Existe uma música do Tears For Fears, no qual o cantor diz que ainda há "mulheres acorrentadas", ou seja, mulheres sem liberdade. Daí tem aquela história da fábrica cheia de trabalhadoras, que foi incendiada, matando assim muitas mulheres em nome da liberdade feminina. Muitas mulheres morreram por este ideal aquela dia, e dali em diante, a mulher passou a ter alguns poucos direitos similares aos homens. Mas aquela liberdade... onde está? Não a encontrei ainda. Não a vi passar. Teimo dizer que as mulheres ainda não são livres. Nem um pouco. 

Veja bem, até nas coisas mais simples elas não são livres. Não podem andar de shorts nas ruas, sem ter algum olhar maldoso de homens nojentos e sedentos por suas pernas, para saciar suas frustrações sexuais. E ainda outro paradigma curioso: imaginemos um homem num dia quente. Em vez de vestir sua camiseta regata, ele prefere não vestir nada. E ao passear na rua sem a camiseta, ninguém passa indignado e fala: "Que pouca vergonha! Quem ele acha que é? Está sem camiseta na rua!". Não, ninguém diria isso. Troquemos o gênero do protagonista deste exemplo, e imaginemos agora uma mulher. Jamais poderia fazer o mesmo. Diriam: "Que sem-vergonha! Quer chamar atenção, só pode!".

Quais são os paradigmas que seguimos? Cadê o bom-senso neles? Como poderíamos comemorar um dia internacional da mulher quando temos uma porrada de hipocrisia perante nossos olhos? Diria você, que poderíamos comemorar o direito de trabalhar, e o direito de voto (este último, porém, não vejo muito ganho; afinal, vai me dizer que acredita em democracia?). 

Mas vamos lá! Vamos comemorar esta sexta-feira em nome das muitas mulheres em Israel, China, Coreia, África, e Índia! Vamos comemorar seus livre-arbítrios! Vamos ficar felizes por todas que estão no meio das guerras! E aquelas que são abusadas sexualmente e espancadas todos os dias! Vamos celebrar seus gritos de desespero num salão cheio de homens que não fazem nada para ajudar!

O que estou fazendo aqui? Estou preso num paradigma no qual queria não fazer parte! Não vejo o porquê de tudo isso. Não entendo por qual razão devo eu chegar aos meus alunos e dizer: "Ouçam, alunos! Vamos comemorar o dia internacional da mulher!" - para quê? O indivíduo não respeita a mãe, a tia, a irmã, a avó, a empregada... depois veste a máscara todo oitavo dia de março, e diz: "Ah, como eu amo as mulheres! Elas merecem o que há de melhor no mundo! Vem cá, docinho, pega essa flor para você!". Ah... Dá um tempo! 

Mais tarde, no dia 12 de outubro, iremos comemorar o Dia das Crianças! Repetindo a mesma ladainha... e ninguém vai se lembrar das crianças que desaparecem todos os dias; daquelas que são usadas como jovens soldados nas guerras; aquelas que, similarmente àquelas mesmas mulheres, são abusadas sexualmente e agredidas física e psicologicamente. Ou ainda, aquelas crianças que morrem de fome, não só na Etiópia, como aqui no Brasil!

Comemorar uma "data especial" é sinônimo de esquecer, por um dia, que existem ainda muitas coisas más ocorrendo no mundo. Como estamos muito ocupados cuidando dos nossos relatórios nos outros 364 dias, reservamos pelo menos um para nos lembrarmos de determinada situação, pessoa, ou profissão. "Eles" criaram estas datas "especiais" para que alimentássemos a economia, sua filha mais querida. Compramos presentes em datas especiais, seja para crianças, adultos, idosos, cachorros ou passarinhos. Fomos condicionados a isso: Natal, Aniversário, Páscoa, Dia Internacional da Mulher, Dia do Professor, etc... Por que celebrarmos a vinda do Mestre apenas no dia 25 de dezembro? Ou meu aniversário apenas em 15 de junho? Se temos uma convenção de trezentos e sessenta e cinco dias para assim o fazermos!

Não entendo como este paradigma ainda se mantém! Não acredito nele... não compro essa ideia. Muito menos sinto vontade de olhar para meus alunos e convidá-los a comemorar determinada data "porque é importante"... "Vamos ficar felizes pelo livre arbítrio que não é interferido pelos ideais dos homens, que todas as mulheres têm!"... Não posso fazer isso. 

Se você quiser comemorar o dia da mulher, por favor assim o faça todos os dias da sua vida. Não reserve um único dia para isso. Outra coisa: quando for celebrar, tente se lembrar de algo bom. Não de uma tragédia que aconteceu num dia 8 de março...

Como alguém pode comemorar uma tragédia?

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Muitos não vão ler até o fim... vai fazer parte deles?

(Osho)

A contribuição de Pitágoras à filosofia ocidental é imensa, incalculável. Pela primeira vez, ele introduziu o vegetarianismo ao Ocidente. A idéia do vegetarianismo é de imenso valor; ela está baseada na grande reverência à vida.
         A mente moderna pode agora entender isso de uma maneira muito melhor, pois agora sabemos que todas as formas de vida estão interligadas, são interdependentes. O ser humano não é uma ilha, ele existe em uma rede infinita de milhões de formas de vida e de existência. Existimos em uma corrente, não estamos separados. E destruir outros animais não é apenas feio e desumano, mas também não-científico. Estamos destruindo nossa própria fundação, já que a vida existe em uma unidade orgânica. O ser humano existe como parte dessa orquestra.
         O vegetarianismo simplesmente significa: não destrua a vida; vida é Deus. Evite destruí-la, senão você estará destruindo a própria ecologia.
         E há algo muito científico por trás disso. Não é por acaso que todas as religiões que nasceram na Índia são basicamente vegetarianas e que todas as que nasceram fora da Índia são não-vegetarianas. Os cumes mais elevados da consciência religiosa nasceram na Índia.
         O vegetarianismo funciona como uma purificação. Quando você come animais, fica pesado, é puxado mais em direção à terra. Quando você é vegetariano, fica leve, está mais sob a lei da graça, sob a lei do poder e começa a ser puxado em direção ao céu.
         Sua comida não é apenas comida, ela é você. O que você come, você se torna. Se você come algo que esteja fundamentalmente baseado em assassinato, em violência, não pode se elevar acima da lei da necessidade. Você se tornará mais ou menos um animal. O humano nasce quando você começa a se mover acima dos animais, quando começa a fazer algo a si mesmo que nenhum animal pode fazer.
         O vegetarianismo é um esforço consciente, um esforço deliberado, para tirá-lo do peso que o mantém atado à terra, de tal modo que assim você possa voar.
         Quanto mais leve a comida, mais profunda será a meditação. Quanto mais grosseira a comida, então a meditação se torna mais e mais difícil. Não estou dizendo que a meditação é impossível para um não-vegetariano; ela não é impossível, mas é desnecessariamente difícil.
         É como um homem que sobe uma montanha e carrega muitas pedras. É possível que, mesmo carregando pedras, você possa chegar ao topo da montanha, mas isso cria problemas desnecessários. Você poderia ter jogado fora essas pedras, poderia ter se aliviado e a escalada poderia ser mais fácil e mais agradável.
         A pessoa inteligente não carrega pedras quando sobe uma montanha, não carrega nada desnecessário. E, quanto mais alto ela estiver, mais e mais leve ficará; mesmo se estiver carregando algo, ela o abandonará.
         O vegetarianismo é de imensa ajuda, ele muda a sua química. Quando um animal é morto, ele está com raiva, com medo, naturalmente. Quando você mata um animal... Pense em você sendo morto. Qual será o estado de sua consciência? Qual será sua psicologia? Todos os tipos de veneno serão liberados em seu corpo, pois, quando está com raiva, um certo tipo de toxina é liberada em seu sangue. Quando você está com medo, de novo outros tipos de toxinas serão liberadas em seu sangue. E, quando você está sendo assassinado, esses são o medo e a raiva supremos. Todas as glândulas de seu corpo liberam todos os seus venenos.
         E o ser humano segue vivendo dessa carne envenenada. Se ela o mantém raivoso, violento, agressivo, isso não é estranho, mas natural. Quando você vive da morte, não tem nenhum respeito pela vida, é inimigo da vida.
         E quem é inimigo das criaturas de Deus também não pode ser amigo de Deus. Se você destruir uma pintura de Picasso, não pode ser respeitoso para com Picasso, é impossível. Todas as criaturas pertencem a Deus; Deus vive nelas, respira nelas. Elas são sua manifestação, assim como você. Elas são irmãos e irmãs.
         Quando você vê um animal, se a idéia de irmandade não lhe surgir, você não sabe o que é prece, nunca saberá o que é prece. E é tão feia a própria idéia de que apenas por comida, apenas pelo paladar, você pode destruir a vida. É impossível acreditar que o ser humano siga fazendo isso.
         Pitágoras foi o primeiro a introduzir o vegetarianismo no Ocidente. É de uma grande profundidade o ser humano aprender a viver em irmandade com a natureza, em irmandade com as criaturas. Essa é a base, e somente sobre essa base você pode basear sua prece, sua meditatividade. Você pode observar por si mesmo: quando você come carne, a meditação será mais difícil.
         É um fato inquestionável que, se você quiser meditar, se quiser silenciar a mente, se quiser ficar leve, tão leve que a terra não possa puxá-lo para baixo, tão leve que você comece a levitar, tão leve que o céu se torne disponível a você, então precisará se mover do condicionamento não-vegetariano para a liberdade do vegetarianismo.
         O vegetarianismo não tem nada a ver com religião: ele é algo basicamente científico. Ele não tem nada a ver com moralidade, mas muito a ver com estética. É inacreditável que um ser humano de sensibilidade, de consciência, de compreensão e de amor possa comer carne. E, se ele puder comer carne, então algo está faltando; em alguma dimensão ele ainda está inconsciente do que está fazendo, inconsciente das implicações de seus atos.
         Mas Pitágoras não foi ouvido, não foi acreditado; pelo contrário, foi ridicularizado e perseguido. E ele trouxe um dos maiores tesouros do Oriente para o Ocidente, ele trouxe um grande experimento. Se ele tivesse sido ouvido, o Ocidente teria se tornado um mundo totalmente diferente.
         Não podemos mudar a consciência humana a menos que comecemos a mudar o corpo humano. Quando você come carne, está absorvendo o animal em você, e o animal precisa ser transcendido. Evite!
         Você terá que observar toda a sua vida, terá que observar cada pequeno hábito em detalhe, pois, algumas vezes, algo muito pequeno pode mudar toda a sua vida. Algumas vezes pode ser algo muito simples, e ele pode mudar a sua vida tão totalmente que parece inacreditável.
         Tente o vegetarianismo e você ficará surpreso: a meditação se tornará mais fácil, o amor se tornará mais sutil e perderá sua grosseria, se tornará mais sensível e menos sensual, e o seu corpo também começará a ter uma vibração diferente; você se tornará mais gracioso, mais suave, mais feminino, menos agressivo, mais receptivo.
         O vegetarianismo é uma mudança alquímica em você, ele cria o espaço no qual o metal básico pode ser transformado em ouro.

(Philosophia Perennis, volume 2, capítulo 6)